quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Amor que fica

Anda, agora, assim revolta

Revoando de beijo em beijo

Em abraços sem compromissos

Em “não me amole”, “deixa disso”

Querendo ser livre, leve e solta

Não sente mais aquele desejo

Não sente mais nenhuma paixão

Apenas fica, sem qualquer emoção

Entre um que vem e outro que passa

Rodeando de longe seu coração

Sem nunca cair em agrado

Tal e qual gorda e velha traça

Desejando livro recém lançado

É borboleta perdida na noite

Deslocada no espaço-tempo

Com esses tantos “ficantes”

Ao cabo, todos amores errantes

Que lhe fustigam como açoite

Que não lhe amarram correntes

Que não lhe deitam raízes

Que não lhe deixam sementes

Esses amores inocentes

Essa coisa meio adolescente

São apenas um disfarce

Pra superar o impasse

Que impera em sua vida

Desde a grande despedida

Do amor que lhe abriu a rosa

Deixou-lhe o ventre em brasa

O útero em polvorosa

Porque o amor verdadeiro

Já lhe ensinara o ditado

E ela o teve comprovado

O amor que fica para sempre

E ela enrubesce quando lembra

E fica sem saber o que fazer

Porque ainda treme de prazer

Ah, o amor que verdadeiramente fica...