Anda, agora, assim revolta
Revoando de beijo em beijo
Em abraços sem compromissos
Em “não me amole”, “deixa disso”
Querendo ser livre, leve e solta
Não sente mais aquele desejo
Não sente mais nenhuma paixão
Apenas fica, sem qualquer emoção
Entre um que vem e outro que passa
Rodeando de longe seu coração
Sem nunca cair em agrado
Tal e qual gorda e velha traça
Desejando livro recém lançado
É borboleta perdida na noite
Deslocada no espaço-tempo
Com esses tantos “ficantes”
Ao cabo, todos amores errantes
Que lhe fustigam como açoite
Que não lhe amarram correntes
Que não lhe deitam raízes
Que não lhe deixam sementes
Esses amores inocentes
Essa coisa meio adolescente
São apenas um disfarce
Pra superar o impasse
Que impera em sua vida
Desde a grande despedida
Do amor que lhe abriu a rosa
Deixou-lhe o ventre em brasa
O útero em polvorosa
Porque o amor verdadeiro
Já lhe ensinara o ditado
E ela o teve comprovado
O amor que fica para sempre
E ela enrubesce quando lembra
E fica sem saber o que fazer
Porque ainda treme de prazer
Ah, o amor que verdadeiramente fica...