Não procuro um amor aferido
Que em tudo comigo concorde
Música de um só acorde
Como samba desafinado
Que entra por um ouvido
E sai logo do outro lado
Não quero amor adocicado
Amorzinho-perfeitinho
Mas algo bem temperado
Com sal, pimenta e cominho
Que saiba me fazer carinho
Com gosto puro de pecado
Não quero amor de anjo
Que me leve para o céu
Prefiro amor-diabo
Escorregadio feito quiabo
Que me faça um escarcéu
E me ponha em desarranjo
Eu não procuro amor passivo
Mas mulher em forma de gente
Pois enquanto eu estiver vivo
O inferno é mais atraente
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Olhar-ventania
Basta você me lançar
Esse seu olhar-ventania
Que minhas portas e janelas
se abrem de par em par
em completo descompasso
em total desarmonia
É esse vendaval nordeste
varrendo inteiro meu corpo
rasgando todas minhas vestes
levantando poeiras adormecidas
espalhando folhas rascunhadas
expondo frases inacabadas
pedaços perdidos de uma vida
revirando a ponta do lençol
só metade amarrotado
que reflete à luz do sol
a forma do corpo amado
e há muito esquecido
Esse vento que me trespassa
feito punhal em carne macia
minh’alma-balão, devassa
menos enche, mais esvazia
Mas, um dia, ao pressentir
Esse olhar que me sacode o pó
Ah, um dia eu me tranco todo
E aí você vai ver só...
Esse seu olhar-ventania
Que minhas portas e janelas
se abrem de par em par
em completo descompasso
em total desarmonia
É esse vendaval nordeste
varrendo inteiro meu corpo
rasgando todas minhas vestes
levantando poeiras adormecidas
espalhando folhas rascunhadas
expondo frases inacabadas
pedaços perdidos de uma vida
revirando a ponta do lençol
só metade amarrotado
que reflete à luz do sol
a forma do corpo amado
e há muito esquecido
Esse vento que me trespassa
feito punhal em carne macia
minh’alma-balão, devassa
menos enche, mais esvazia
Mas, um dia, ao pressentir
Esse olhar que me sacode o pó
Ah, um dia eu me tranco todo
E aí você vai ver só...
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