Ah, se minha linguagem crua
fosse uma terceira pele a nos unir,
roçaria e esfregaria palavras
sobre tua página virgem e nua.
E se minhas toscas mãos
tivessem belas palavras,
ao invés de frágeis dedos,
sentirias minha nobre rima
a enlaçar-te a alma, sem medos.
Minhas palavras fremem de desejo,
e deixam de ser apenas algo subjetivo
para tornar-se fisicamente uma rede
a enrolar-se em teu corpo, sem pejo,
numa rede de doces promessas,
a manter-te presa a alma dentro da minha.
E te envolvo docemente em palavras,
acaricio-te, roço-te, com tesão,
e faço com que meus murmúrios
durem eternamente em teus ouvidos
durante nossa breve e eterna relação.
domingo, 7 de setembro de 2008
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6 comentários:
Adorei marcelo, lindo de morrer, acho maravilhoso como que vc dar vida as palavras...
putz,isso foi muito mas muito bom!
aiai!
anda tecendo umas poesias mais que lindas! fico admiriando, com a maior cara de fã..
parabéns, sempre :)
(e apaguei, já que pediu, mas tá guardado... muito obrigada por todo apoio!)
bjo!
que lindo isso
=)
e continua meu preferido (depois da Paixãozinha, claro - ela veio primeiro e ela me alimenta, desculpe! ) rs
beijo!
"Pàgina virgem e nua" Boa, boa, boa... Achou a verdadeira palavra! Parabéns! Mui bela a poesia!!!
Entre doces palavras, belas letras e tocas mãos é difícil decidir. É egoísmo desejar os três, ou quem sabe o poe...ma inteiro?!
Enquanto nada se possui, só nos resta manter a alma presa e envolvida, mesmo que silenciosamente, aqui nestas páginas, onde os poemas tornam eterna a relação.
Parabéns. Bjos.
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